Os
italianos começaram a imigrar em número
significativo para o Brasil a partir da década
de 70 do século XIX. Foram impulsionados pelas
transformações sócio-econômicas
em curso no Norte da península italiana, que
afetaram sobretudo a propriedade da terra.
Até
a virada do século, italianos dessa região
predominaram na corrente imigratória. A partir
daí, os italianos do Centro-sul ou do Sul se
tornaram dominantes. Um aspecto peculiar à
imigração em massa italiana é
que ela começou a ocorrer pouco após
a unificação da Itália (1871),
razão pela qual uma identidade nacional desses
imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.
As
grandes áreas de atração de imigrantes
italianos para o Brasil foram os estados de São
Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Considerando
o período 1884-1972, verificamos que quase
70% dos italianos ingressaram no País pelo
estado de São Paulo.
As
condições de estabelecimento dos italianos
foram bastante diversas. A imigração
sulina praticamente não foi subsidiada e os
recém-chegados instalaram-se como proprietários
rurais ou urbanos. Em São Paulo, foram a princípio
atraídos para trabalhar nas fazendas de café,
através do esquema da imigração
subsidiada. Nas cidades paulistas, trabalharam em
uma série de atividades, em especial como operários
da construção e da indústria
têxtil.
Os
imigrantes italianos influenciaram fortemente os hábitos
alimentares nas regiões em que se fixaram e
deram uma importante contribuição à
industrialização gaúcha e paulista.
A maioria dos primeiros grandes industriais de São
Paulo - os Matarazzo, os Crespi - constituíram
o grupo dos chamados "condes italianos",
cuja proeminência só foi ultrapassada
com o correr dos anos.
Texto de Boris Fausto -
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