Os
espanhóis começaram a imigrar para o
Brasil em razão dos problemas no país
de origem e das possibilidades de trabalho que, bem
ou mal, lhes eram oferecidas. Muitos agricultores,
proprietários de minifúndios, partiram
da Galícia; outros vieram da Andaluzia, onde
eram, principalmente, trabalhadores agrícolas.
Nos
primeiros tempos, ou seja, a partir da década
de 80 do século XIX, os espanhóis foram
encaminhados, sobretudo, para trabalhar nas fazendas
de café no estado de São Paulo. Com
relação aos demais grupos europeus,
caracterizaram-se por serem os que, em maior grau,
chegaram como grupo familiar e os que trouxeram crianças
em maior proporção.
Eles
constituíram a terceira maior etnia que imigrou
para o Brasil, após os portugueses e italianos,
entre 1880 e 1972, representando cerca de 14% do total
de imigrantes nesse período.
Dentre
os grandes grupos de imigrantes, os espanhóis
foram os que mais se concentraram no estado de São
Paulo. O censo de 1920, por exemplo, revelou que 78%
dos espanhóis residiam neste estado. Embora
a grande maioria dos espanhóis tenha se fixado,
a princípio, no campo, onde ganharam posições
como pequenos e médios proprietários,
a presença urbana da etnia não é
desprezível. Em seus primeiros tempos, os espanhóis
vincularam-se ao comércio de metais usados
- o chamado "ferro velho" - e ao setor de
restaurantes, diversificando, posteriormente, suas
atividades.
Texto de Boris Fausto -
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